Aquecimento Global



Quando falamos em aquecimento global, estamos nos referindo ao incremento, além do nível normal, da capacidade da atmosfera em absorver calor. Isso vem acontecendo devido à concentração dos gases de efeito estufa nos últimos 150 anos. Tal aumento tem sido provocado pelas atividades do homem, que emitem grande volume de poluentes para a atmosfera. Esse aumento intensifica o efeito estufa e poderá ter consequências sérias para a vida na Terra no futuro próximo.


PROJEÇÕES DE AUMENTO DA TEMPERATURA PARA O FUTURO.

Entre os gases do efeito estufa que estão se intensificando, o dióxido de carbono (CO2), o metano e o óxido nitroso são os mais importantes. Devido à quantidade com que é emitido, o CO2 é o gás que tem maior contribuição para o aquecimento global. Em 2004, o CO2 representou 77% das emissões antropogênicas globais de gases de efeito estufa. O tempo de duração deste gás na atmosfera é, no mínimo, de 100 anos. Isto significa que as emissões de hoje têm efeitos de longa duração, podendo resultar em impactos no regime climático ao longo de vários séculos.
Com o aumento da concentração de gases na atmosfera, a temperatura média global que já aumentou 0.7 graus centígrados nos últimos 100 anos, poderá aumentar entre 1,4 e 5,8°C ao longo deste século, (tomando como base o ano de 1990). Este aumento de temperatura não será homogêneo, com algumas regiões aquecendo mais do que outras. Em particular, as regiões polares (Ártico e a Antártica) e as regiões tropicais serão afetadas mais fortemente. 
A temperatura nas regiões tropicais pode aumentar em torno de 2 a 6ºC. Especificamente na Amazônia, a temperatura poderá sofrer um aumento médio de 1,8 a 7,5°C até 2080, o que traria graves consequências para os seus ecossistemas, com perda de habitat e extinção de espécies.

EFEITOS ESTUFA. 

A atmosfera – a fina camada de gases que envolvem o planeta Terra – é constituída principalmente por Nitrogênio (N2) e Oxigênio (O2) que, juntos, compõem cerca de 99% da atmosfera. Alguns outros gases encontram-se presentes em pequenas quantidades, incluindo os conhecidos como “gases de efeito estufa”. Tais gases, contudo, são essenciais para a manutenção do clima e dos ecossistemas terrestres.
Esses gases são denominados gases de efeito estufa por terem a capacidade de reter o calor na atmosfera, do mesmo modo que o revestimento de vidro de uma estufa para o cultivo de plantas o faz. O vapor d’água e o dióxido de carbono têm a propriedade de permitir que as ondas eletromagnéticas que chegam do Sol atravessem a atmosfera e aqueçam a superfície terrestre. Contudo, esta mesma camada dificulta a saída de calor (radiação infravermelha) emitida pela Terra impedindo que ocorra uma perda demasiada de calor irradiado para o espaço. Isso mantém a Terra aquecida. O efeito estufa é um fenômeno natural que acontece há milhões de anos e é necessário, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 33ºC mais baixa e a vida no planeta, tal como a conhecemos, não seria possível.



IMPACTO DESTAS MUDANÇAS. 

Frequentes eventos climáticos: deverá ocorrer um aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos, tais como tempestades, enchentes, furacões e secas. Ainda, o El Niño, um evento climático que ocorre regularmente a cada 5 a 7 anos, poderá se tornar mais intenso e frequente, provocando secas severas no norte e nordeste e chuvas torrenciais no sudeste do Brasil. 

Elevação do nível do mar: o nível do mar deverá subir em média entre 18 e 59 cm até o final do século XXI, o que implicaria no desaparecimento de muitas ilhas (em alguns casos países inteiros), com danos fortes em várias áreas costeiras, além de causar enchentes e erosão. Uma elevação de 50 cm no nível do oceano Atlântico poderia, por exemplo, consumir 100 m em algumas praias no Norte e Nordeste do Brasil. 

Degelo: o Ártico já perdeu cerca de 7% de sua superfície de gelo desde 1900, sendo que na primavera esta redução chega a 15% de sua área. Nos próximos anos, poderá haver uma diminuição ainda maior na cobertura de gelo da Terra tanto no Ártico, quanto na Antártica. Algumas projeções indicam ainda o desaparecimento quase total do gelo marinho ártico do final do verão, em meados do século XXI. Os processos de derretimento deste gelo são lentos. A eliminação completa da cobertura de gelo da Groenlândia, por exemplo, contribuiria para um aumento de cerca de 7 metros do nível do mar, embora possa demorar vários séculos para que este derretimento venha a ocorrer. 

Mudanças dos recursos hídricos: ocorrerão mudanças no regime das chuvas, onde áreas áridas poderão se tornar ainda mais secas. Na Amazônia, as chuvas poderão diminuir em 20% até o final deste século. Poderá ocorrer também o avanço de água salgada nas áreas de foz de rios, além de escassez de água potável em regiões críticas, que já enfrentam stress hídrico. As previsões ainda alertam sobre os riscos de diminuição dos estoques de água armazenados nas geleiras e na cobertura de neve, ao longo deste século. As áreas, como os Andes e o Himalaia, que dependem do derretimento de neve armazenada no incas. Estima-se que cerca de 135 milhões de pessoas estão sob o risco de perder suas terras por desertificação. 
Segundo a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, a África poderá perder cerca de 2/3 de suas terras produtivas até 2025, enquanto a Ásia e a América do Sul poderão perder 1/3 e 1/5, respectivamente. Áreas inteiras podem se tornar inabitáveis, como consequências crescentes efeitos do aquecimento global, da agricultura predatória, queimadas, mananciais sobrecarregados e explosões demográficas. 

Interferências na agricultura: nas regiões subtropicais e tropicais, mudanças nas condições climáticas e no regime de chuvas poderão modificar significativamente a vocação agrícola de uma região; na medida em que a temperatura mudar, algumas culturas e zonas agrícolas terão que migrar para regiões com clima mais temperado, ou com maior nível de umidade no solo e taxa de precipitação.
Estudos mostram que para aumentos da temperatura local média entre 1 a 3º C, prevê-se que a produtividade das culturas aumentaria levemente nas latitudes médias a altas, e diminuiria em outras regiões. Nas regiões tropicais, há previsão de que a produtividade das culturas diminua até mesmo com aumentos leves da temperatura local (1 a 2ºC). Com o aumento da vulnerabilidade da produção de alimentos às mudanças climáticas, cresce também o risco da fome atingir um número muito maior de pessoas no mundo. Isto ocorreria principalmente nos países pobres, os quais são os mais vulneráveis aos efeitos do aquecimento global e os menos preparados para enfrentar seus impactos. 

Impactos na saúde e bem-estar da população humana: deverá haver aumento na frequência de doenças relacionadas ao calor (por exemplo: insolação, stress térmico, etc.) e daquelas que são transmitidas por mosquitos, tais como malária e dengue. Ainda há a possibilidade de ocorrer o deslocamento da população humana em função das alterações no clima. Acredita-se que a população mais empobrecida e vulnerável dos países em desenvolvimento seria a mais afetada, uma vez que teriam recursos limitados para se adaptar às mudanças climáticas.

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